À noite, deitado na cama, os dedos, ágeis, dedilham, amorosos, as cordas sensíveis da foz dos veludos rios que, um a um, desembocam num infinito de oceano. Uma miríade de sons desconhecidos sussurram no sossego da noite. Embalado, afago, num deserto de dunas, vales e depressões, e, em cada eco, as diásporas do teu hálito em notas de bálsamo, escorrendo por cada nota do teu concerto, do prelúdio, por entre uma dramática abertura, um scherzo que emenda-se à fuga, por cada movimento precisamente conduzido, na maestria de um maestro do tempo, contando cada batida. Ao final, uma ensurdecedora salva de palmas que, pouco à pouco, silenciam-se, adormecendo nos braços misteriosos de sonhos encantatórios.
Bellaria, 13 de Janeiro de 2023 - 15:05:17
por Renato Cresppo
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