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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Geração Perdida - Aldous Huxley

Porquê Aldous Huxley? Por ter escrito “O Admirável Mundo Novo” e correr por aí que se prepara uma adaptação ao cinema? Por ter escrito o ensaio “Doors of Perception”, de cujo título o grupo de Jim Morrison extraiu o seu nome Doors? Não! Por ser um romancista pensador, cuja visão sagaz e implacável do mundo do tempo em que vivia, se encontram nos seus romances pela via da ironia, da truculência e da imperturbável lucidez com que analisava os mais prementes problemas dos seus dias.

Aldous Huxley ( 1894 – 1963 ) nasceu em Goldalming, Inglaterra. Estudou na Escola de Eton, onde lhe surgiram problemas de visão, formou-se na Universidade de Oxford, onde se tornou amigo do filósofo Bertrand Russel e do escritor D. H. Lawrence. Em 1937, mudou-se para Los Angeles, EUA e em 1938 tornou-se num dos mais importantes roteiristas de Hollywood.

Entre os muitos romances que escreveu, encontra-se o livro “Geração Perdida”, escrito em 1923. O romance aborda o extremo negativismo que se vivia em Inglaterra no pós Primeira Grande Guerra e onde circulam personagens que se interessam por tudo como uma forma de não se envolverem em nada. Huxley usa a linguagem do desprezo e da raiva por todos quantos se mostravam vazios de ideais, mas que se aplicavam numa frenética fúria de viver. Sem se deixar absorver pelas farsas da sociedade que o rodeava, preconizou com coragem a extirpação dos não valores.

“Lancing expunha às visitas todos os segredos. À sua palavra abria-se um vasto mundo incrível e fantástico. Havia trópicos, havia mares frios cheios de seres vivos, florestas povoadas de árvores medonhas e de silêncio e treva. Havia fermentos e venenos infinitésimos que flutuavam no ar. Havia Leviatãs amamentando os filhotes, havia moscas e vermes, havia homens que viviam em cidades, pensavam, conheciam o bem e o mal. Estavam todos vivos. Homens e mulheres deixavam de ser eles próprios ou lutavam por continuar a sê-lo. Morriam ou lutavam para viver”.


“Geração Perdida”, um livro que, talvez, não esteja muito longe da nossa atualidade.❞R Cresppo ☧


Bellaria, 09 de Novembro de 2016. 18:09:31


por O Abre Aspas

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