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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Pobre Tonto

Aprendeu uma data de cretinices
Que o pastor da memória mandou à fava
Mal o vento lhe secou as pulhices
Que um tal senhor Fernão Peres de trava
Tanto gramava

Cresceu no meio de crises graves e agudas
Agarrado, à Baez, à King, e, à Mitchell
Como se o amor fosse uma nora de mudas
E um papagaio chinês de papel
Feito com fel.

Grosso conto
Pobre tonto
A quem a vida exaspera
Com a troça de um ponto
E uma pulga que se coça
Num amor que adoça
A grande fossa da quimera

Viveu entre metáforas irônicas
E subúrbios de apostas secretas
Que lhe abriram as portas sinfônicas
Em demanda de gordas dietas
Feitas de setas

Morreu num cenário de tristes gamanços
Sonhando com flibusteiros dantescos
Provando as mixórdias dos tansos
E ouvindo no coro dos arabescos
Festas e frescos

Grosso conto
Pobre tonto...❞R Cresppo ☧


Bellaria, 22 de Julho de 2015. 14:08:21


por O Abre Aspas

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