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quarta-feira, 22 de março de 2023

Oblívio no engano VIII - CARICATO

Sou grotesco no espelho da manhã, diariamente, que sei eu? Abro, aos olhos da sonolência vadia, as cortinas do tempo, e absorvo os fotogramas solares que me beijam a pele nua. É uma sensação agradável que se mistura com o sentido desagradável dos caminhos perpétuos que palmilho sob a sofreguidão desta idade que me espezinha o limite das fronteiras onde habito e desfruto da pigmentação que me harmoniza a instabilidade emocional. Abro o chuveiro da irrealidade, e, realisticamente, esfrego o corpo com o sabonete do rejuvenescimento, despedindo-me das dores que me corroem a integridade, física e mental. Sou o pavio aceso de um fósforo apagado, e espalho a luz da minha consciência pelas hipérboles noturnas do tecido carnal que expõem, à espiral do desejo, as colheres vitaminadas com as delícias orgânicas do tempo que, vivificadoras, me decompõem a acidez portuária da existência, cujo fluxo é a degeneração desta vida filtrada pelos poros da suavidade burlesca. Grotesco, caricato, burlesco, que melhor sentido se pode oferecer ao sentidos que sem sentido tudo sentem.❞R Cresppo ☧

Bellaria, 22 de Março de 2023 - 13:48:26











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